Todo
fim de ano é quase sempre a mesma coisa: as alegrias e os presentes dividem
espaço com os excessos cometidos durante as festas e viagens. Algumas vezes o
incômodo é ainda pior: a saúde é colocada à prova por presentes que não atendem
critérios mínimos de qualidade, eficácia ou segurança.
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por garantir a
segurança
dos produtos serviços relacionados à saúde. Para propiciar ao cidadão
brasileiro festas de fim de ano mais saudáveis e seguras, a Agência preparou
dicas especiais: um hotsite voltado para os cuidados que devem ser tomados com
os produtos e serviços mais consumidos nesta época do ano.
Hotsite
A
partir desta quinta-feira (20), está disponível um hotsite com dicas para um
consumo mais seguro. Entre os assuntos abordados estão: cuidados na compra de
cosméticos e no consumo de alimentos temáticos, além de dicas para evitar
riscos à saúde durante viagens nacionais e internacionais.
“A
Anvisa, além de regular, inspecionar e monitorar produtos e serviços,
preocupa-se também com a promoção da educação. Este é um exemplo de ação
educativa que contribui para a formação da consciência cidadã”, afirma a
ouvidora da Anvisa, Vera Bacelar.
Perigo que chega pela boca
Viagens
demandam maior cuidado. O abuso das comidas típicas do local pode provocar
prejuízos ao organismo. Foi o que aconteceu com a estudante Camila Selma do
Rego, de 16 anos, durante uma viagem à praia, no reveillon de 2006/2007.
“No
primeiro dia experimentei vários tipos de suco de fruta e pratos exóticos. Acho
que descontei toda a quantidade de frutos do mar que eu não havia comido
durante o ano. Infelizmente, meu reveillon acabou com uma bela intoxicação
alimentar”, conta a estudante.
O
que aconteceu com Camila não é incomum. Em viagens, as pessoas tendem a
consumir os pratos típicos da região visitada e não observar atentamente as
condições de preparo dos alimentos. A tendência é reforçada durante as festas
de fim de ano, que coincidem com a chegada do verão.
“A
combinação destes fatores pode trazer algumas armadilhas: o consumo de água e
alimentos contaminados pode provocar, desde mal-estar e prostração, até uma
intoxicação”, explica a professora do curso de Nutrição da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp) e membro da diretoria da Associação Brasileira de
Nutrição (Asbran), Elke Stedefeldt.
“É
importante saber a origem da água que vai ser ingerida ou usada no preparo de
sucos e sorvetes. Na dúvida, é melhor dar preferência à água mineral. No caso
dos sucos, também é bom exigir que ele seja feito na hora ou consumir o
pasteurizado, que oferece maior segurança”, orienta a nutricionista.
O
consumo de sanduíches também requer cuidado, especialmente em regiões quentes,
característica comum em todo o Brasil durante esta época. “O ideal é que eles
estejam armazenados numa temperatura de 4ºC (temperatura de geladeira) ou, no
máximo, até os 10ºC. Dificilmente o sanduíche guardado num isopor, que foi
exposto ao sol durante todo o dia, vai alcançar esta condição”, adverte Elke
Stedefeldt.
Em
todos os casos, seja qual for o alimento a ser consumido, é importante observar
as condições de higiene, armazenamento e manipulação do estabelecimento. Isto
porque a presença de alguns microrganismos patogênicos (capazes de provocar
doenças), além de não ser detectável a olho nu, não chega a alterar a aparência
do alimento. É o caso das bactérias do gênero salmonella, que provocam vômitos,
diarréia e podem levar à morte.
Não, obrigado
Não
é só o estômago que sofre durante as festas de fim de ano. Outras partes do
corpo, como a pele, podem sofrer os efeitos de presentes “nada convencionais”.
Exemplo disso são os cosméticos clandestinos ou falsificados, produzidos de
forma ilícita e vendidos no mercado informal a preços baixos.
“Esses
produtos não passam por nenhum teste que assegure sua segurança. As substâncias
usadas são desconhecidas, podendo haver inclusive substâncias de uso proibido
em cosméticos. Por isso a probabilidade de causar irritações, alergias ou até
mesmo uma queimadura é considerável”, alerta a gerente-geral de Cosméticos da
Anvisa, Josineire Sallum.
Informação:
Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa
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